segunda-feira, 29 de abril de 2013

Frase do dia: Friedrich Nietzsche




“É preciso ter um caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante.”


Pintura de Lena Karpinsky

Música Judaica - Uma herança com quase 5800 anos!



A música judaica


A Música judaica constitui uma herança cultural com quase 5800 anos e tem vindo a transformar-se constantemente. Das raízes comuns vindas dos rios Eufrates e Tigre, Médio Oriente, os judeus são encontrados na América do Norte, Central e Sul, Europa, Ásia, Austrália, Nova Zelândia e África, com populações que variam de algumas centenas a milhões.



Neste vídeo pode ouvir um dos primeiros instrumentos a ser utilizado: O Shofar.



Levando em consideração essa difusão global, seria possível dizer que há uma música que possa ser chamada de música judaica? O que determina uma música judaica? Seus instrumentos, seus elementos musicais, o “quão judeu” é o autor, a mensagem do contexto? O que tem a ver a música dos judeus da Etiópia, com a dos Sefarditas (judeus da Península Ibérica), e a dos iemenitas (Yémen), ou os judeus de Cochim, na Índia, e a dos judeus de Israel, assim como a música dos judeus das Américas, judeus ortodoxos e judeus da Reforma que representam o mundo contemporâneo judeu. 


Em primeiro lugar, poderíamos considerar que há uma herança bíblica que se configura como o principal cerne da tradição judaica e que é preservada na sua importância e uso, sempre e em qualquer lugar do mundo. Em segundo lugar, a filiação espiritual-humanística ligada ao seu país de origem. A Torah, as Haftarot, as fontes do Talmude, funcionam como elemento de coesão entre os diferentes judeus e representam o pensamento judeus, tanto esteticamente como eticamente. Também na música, faz todo o sentido dizer que os judeus são o Povo do Livro.



Origens e Tendências actuais


A maior contribuição musical dos antigos hebreus foi a elevação do status da música litúrgica junto aos rituais cerimoniais. O que se sabe sobre a música tocada no tempo de Salomão e o seu segundo Templo reconstruído, depois do exílio da Babilónia, sob o reino de Darius, o Rei da Pérsia 516 a.e.c é um indicativo do alto nível de organização musical litúrgica



No Templo de Salomão existiam 24 grupos corais formados por 288 músicos utilizados nos 21 serviços semanais. Actualmente as principais tendências da música judaica são a da tradição Sefardita e o estilo Klezmer, além das músicas do cerimonial litúrgico. As restantes, como por exemplo, os judeus Portugueses e Africanos ainda aguardam pesquisa e levantamento sistemático de material. 


Os Sefarditas

Os Sefarditas são judeus que viveram na Península Ibérica até ao fim do Séc. XV. Quase toda a cultura tem uma forte influência dos mouros, pois estes invadiram e dominaram a Península Ibérica durante cerca de 700 anos. Depois da expulsão de 1492, muitos judeus sefarditas foram viver para a Palestina, Egipto, Síria, Balcãs e nas Américas, espalhando um dos reportórios mais vastos da cultura judaica. No século XIX, muitos desses judeus sefarditas migraram para a América do Sul.




A Música sefardita possui três géneros poéticos musicas principais: romanças, as coplas e as líricas. Eles se diferenciam pela temática, por sua estrutura poética musical, pela sua execução e a sua função social. As canções sefarditas têm categorias e funções relacionadas aos grandes ciclos: O ciclo da vida (nascimento, casamento e morte) e o ciclo anual (correspondente às festas do calendário judaico). Os sefarditas falam ladino, que é uma língua que mistura o hebraico com o espanhol de Castela. Há vários grupos e cantoras de música sefardita espalhados pelo mundo que se dedicam a preservar e até a recriar o cancioneiro sefardita





A música Klezmer e os Ashkenazim


Os ashkenazim são os judeus que viviam na Rhineland (Renânia, ou região do Rio Reno) – actual Alemanha e no nordeste da França, no Séc. IX e que migraram para a Europa Central e para o Leste depois das perseguições das Cruzadas. Alguns foram também para a Grécia e Turquia. Muitos formaram colónias grandes na Rússia e na Polónia. Falam Yiddish que é uma mistura do hebraico antigo com as línguas germânica e eslavas.

A música Klezmer tem origem no Leste Europeu, Europa Central, passando pelos Balcãs até ao Mar Negro e cruza oceanos e continentes até chegar ao novo mundo, isto é, a América. Ela nasceu nas vilas judaicas da Europa central (“shtetels”) e espalhou-se pelo resto da Europa, adquirindo as características da música romena, polaca, ucraniana e húngara, e tinha por objectivo principal acompanhar as festas e cerimónias, como os casamentos, os barmitzvot, os jogos de Purim, etc.








Até à Primeira Guerra Mundial, as bandas Klezmer são caracterizadas pela predominância do violino e do címbalo, (espécie de piano ambulante). Com o crescimento do teatro Yiddish e do aparecimentos do gramofone, os instrumentos de cordas foram substituídos pelos de sopro. O violino foi substituído pelo clarinete e o contrabaixo pela tuba, assim como o címbalo cedeu o seu espaço ao xilofone, piano ou banjo. O florescimento da cultura yiddish na Europa foi brutalmente interrompido pelo Holocausto e foi na América e em Israel que a tradição do Klezmer conseguiu sobreviver, acabando por se transformar numa característica do quotidiano nas comunidades da Diáspora.





Fontes:





domingo, 28 de abril de 2013

Frase do dia de: Friedrich Nietzsche




“E os que foram vistos dançando foram julgados insanos



Pelos que não conseguiam ouvir a música.”

Pinturas de Maya Green


sábado, 27 de abril de 2013

Lag BaÔmer!



ל"ג בעומר 


Lag Baômer (do Hebraico   ל"ג בעומר   “trigésimo-terceiro dia do ômer”), é o 33º dia da Contagem do Ômer, que é um período de 49 dias que vai do dia seguinte a Pessach até Shavuot e ó o nome dado à data judaica de 18 de Iyar.


De acordo com a tradição judaica, a tristeza e pesar que acompanham a Contagem do Ômer, são interrompidas neste dia. Há duas bases para este mandamento; a primeira é que é neste dia que cessou a peste que surgiu entre os discípulos do Rabi Akiva, e a segunda é que é nesta data que ocorre o aniversário de falecimento do Rabi Shimon bar Yochai, cujos ensinamentos introduzem uma nova era na revelação e disseminação da dimensão mística da Torá, conhecida como a Cabalá.

Lag Baômer celebra a vida e os ensinamentos de dois dos mais notáveis Sábios na história, Rabi Akiva e Rabi Shimon bar Yochai. É também o dia festivo mais especialmente associado à Cabala, a “alma” ou dimensão mística do judaísmo.

As sete semanas entre Pessach e Shavuot são uma época de antecipação e preparação, durante a qual os judeus refazem os passos da jornada dos israelitas do Êxodo até ao Monte Sinai há mais de 33 séculos.


Porém as semanas de Ômer são também tempo de tristeza. Não se realizam casamentos durante este período; não se corta o cabelo ou se aprecia o som da música. Pois como o Talmud diz, foi neste período que milhares de eruditos da Torá, discípulos do grande Rabi Akiva, morreram numa peste, porque “não se conduziram com respeito uns pelos outros”.


Em Lag Baômer, o 33º dia da Contagem do Ômer, as leis proibindo o júbilo durante este período são suspensas. As crianças saem em desfiles, fazem passeios, brincam com arcos e flechas e o dia é assinalado como uma ocasião festiva e cheia de alegria.



O ensinamento chassídico faz a seguinte ligação: ele funciona sob o princípio de “recuar para poder avançar” – ao empurrar a flecha para trás, rumo ao próprio coração, o arqueiro a impele a uma grande distância, para golpear o coração do inimigo e a essência mística da Torá, disseminada por Rabi Shimon, funciona pelo mesmo princípio: A pessoa deve mergulhar em si mesma. Recolher-se a sua essência e lá descobrirá a “centelha divina” que possui, desta forma, esta descoberta confere o poder de derrotar o adversário mais obscuro e transforma-lo em algo positivo.





quinta-feira, 25 de abril de 2013

Frase do dia!



“A ciência moderna ainda não produziu um medicamento tão eficaz, como o são, mesmo que poucas, as boas palavras.”

Sigmund Freud

terça-feira, 23 de abril de 2013

Frase do dia - Provérbio judaico!




“Um Homem que gerência a si mesmo 
pode morrer velho aos trinta... 
ou jovem aos oitenta!”

Pintura de 
Omanut Yehudit

David Frankfurter




Nascido em Daruvar, então Império Austro-Húngaro, actual Croácia, Frankfurter era filho de um rabino da cidade, Moshe (Moritz) Frankfurter, e de Rebekka, que tinha como nome de solteira Pagel. Após completar a sua educação básica, iniciou os estudos de medicina e pelos quais teve que viajar a Viena, Leipzig e Frankfurt, porém a ascensão do poder nazi na Alemanha forçou-o a mudar-se para a Suíça, instalou-se em Berna onde continuou os seus estudos em 1934.



Consciente do perigo da ameaça dos nazis, Frankfurter pôs-se a observar Gustloff, então chefe da Divisão Estrangeira do partido nazi da Suíça (NSDAP), que havia ordenado a publicação de: “Os Protocolos do Sábios de Sião”, na Suíça. Isso culminou no assassinato ocorrido em Davos, a 04 de Fevereiro de 1936. Franfurter foi julgado pelo assassinato em Chur, a 09 de Dezembro daquele mesmo ano.



Embora o assassinato não tenha sido recebido de forma desfavorável pela população, maioritariamente anti-nazi do país, o governo suíço procedeu de maneira rigorosa no caso, devido às preocupações com a neutralidade do país. Frankfurter foi acusado pela morte de Gustloff e condenado a dezoito anos de prisão.




A 27 de Fevereiro de 1945, no final da 2ª Guerra Mundial, Frankfurter pediu o perdão do seu crime, que foi concedido a 01 de Junho de 1945, com a condição de que ele deixasse o país e pagasse os custos jurídicos e de restituição. 





Depois da sua libertação, ele viajou para Tel Aviv, em Israel, onde se instalou e serviu o ministério da Defesa. Frankfurter publicou as suas memórias em 1950. O governo suíço retirou a ordem de exílio em Setembro de 1969.

David Franfurter in British Mandate of Palestine, 1945



E por falar em Berna na Suíça…




O dia de hoje na história judaica – 13 Iyar 5773

Os Judeus são expulsos de Berna, Suíça em 1427
Os judeus de Berna, foram expulsos nesta data em 1427. Berna possuía já uma longa história de expulsões e ataques contra os mesmos.


Centro antigo da cidade de Berna, Suíça




Fontes:






domingo, 21 de abril de 2013

Dia Internacional em Memória das Vitimas do Holocausto!



Um Apelo através da Arte!







Zachor (Remember)


Em cores vivas e deliberadamente ingénuas, este estilo pretende apelar a todas as crianças. As pinturas de Israel Bernbaum contam a história horrível das crianças no Holocausto. “Israel Bernbaum: pinta a sua história”.



The Warsaw Ghetto Streets







The Jewish Children in Ghettos and Death Camps



Korczak Attending a Sick Child



Deportation of the Children’s from Warsaw Gheto to Treblinka
with them doctor Korczak






















Never Again





Fonte:

http://www.chgs.umn.edu/museum/responses/bernbaum/

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Candles!

Shabat Shalom!





Pintura de Luba Perlov!

Hechal!!!




Freixo de Espada à Cinta

Hechal é para os judeus sefarditas o termo para o armário ou para a reentrância de uma parede, em direcção a Israel, onde se guardam os rolos da Torah (Sifrei Torah). Esta designação vem do Hebraico Palácio, expressão utilizada nas diversas épocas do Templo de Jerusalám, para se referirem ao santuário onde estava o Santos dos Santos.



Sabugal

Após 1496/97, para alguns historiadores como o Dr. Jorge Martins, entre outros, este tipo de construção geralmente em pedra granítica, estava situada em casas particulares, usadas como sinagogas clandestinas e espalhadas de norte a sul de Portugal, substituindo desta maneira os anteriores Aron Kodesh.



Castelo de Vide


Chamo a vossa particular atenção. Que após o decreto de expulsão, os rolos sagrados que sobreviveram aos assaltos das judiarias foram levados para fora do país, ficando alguns textos e outros manuscritos de categoria menor, possivelmente utilizados e guardados neste tipo de “arca”.



Caria

O facto que importa realçar, é que em quase todas as antigas judiarias deste país se pode encontrar este estilo de construção de pedra ou de madeira, onde alguns estavam escondidos por detrás de armários, cortinas ou paredes falsas, como ocorrido no Porto. Não sendo uma mera coincidência este dado, menos justificável é a defesa de alguns, de estarmos perante algo relacionado apenas e só à exposição de porcelanas e outras bugigangas de gosto duvidoso.



Porto

Não sendo uma mera coincidência este dado, menos justificável é a defesa de alguns, de estarmos perante algo relacionado apenas e só à exposição de porcelanas e outras bugigangas de gosto duvidoso.


Malhada


Note-se no pormenor lindíssimo de como a pedra foi trabalhada em alguns desses "armários", e noutros, é curioso verificar que há marcas de cruzes, como que santificando o lugar. Estas marcas foram profusamente utilizadas pelos conversos e cripto-judeus, como símbolo da sua nova e assumida religião, ou então, para não levantar suspeitas a vizinhos e estranhos que pudessem aparecer nos seus lares.



Guarda



Fonte:

Sephard Jewish Heritage